A história começa com um ônibus no Campos dos Afonsos. Significava para ele a certeza do encontro do primeiro galgar de escadas, em busca de um árduo, porém, emocionante ideal. A bruma na serra, a ansiedade da chegada; tudo parecia confirmar sua expectativa do que iria encontrar.
Ao chegar, uma surpresa; uma banda aguardava-o. Não conseguiu controlar-se. A emoção fez com que duas lágrimas escorressem por sobre seu rosto. Depois, seu primeiro contato com os instrutores, que lhe revelaram como deveria proceder, dali para a frente, para que desde então fosse considerado realmente, um futuro oficial da Força Aérea Brasileira.
Então recebeu seu traje de campanha que, emocionado, vestiu e partiu para sua primeira ordem unida, onde lhe foram ministrados ensinamentos que o fariam jamais esmorecer diante de qualquer dificuldade.
Manhã chuvosa. Seus colegas mais antigos chegavam. Aprendeu o que era respeitar, para que fosse respeitado. Aprendeu o que fazer para que não surgissem empecilhos diante do seu ideal. então reconheceu neles, os companheiros que com sua maior experiência o orientariam de bom grado, dali em diante O tempo passou. Fora submetido a vários testes onde demonstrou sua capacidade física e intelectual, itens necessários ao oficial da Força Aérea Brasileira.
Um ano havia passado. Agora era sua vez de se confraternizar com os que mais recentemente haviam chegado, orientá-los e conscientizá-los de seus direitos e deveres. Reconhecendo neles seus futuros companheiros de voo, implantou lhes um ambiente acima de tudo de respeito, mas também de solidariedade mútua.
Mais um ano se passou. A ansiedade aumentava cada vez mais. Tinha certeza de que alcançaria seu tão sonhado ideal, porém, essa certeza acompanhada de ansiedade, fazia com que sua espera se prolongasse, mais e mais. Via o nariz de sua nave varando as nuvens. Para isso bastaria provar que estava em condições de erguer a onipotente aeronave, que fora motivação de tantos sonhos seus.
O sol aparecia no horizonte, naquela linda manhã em que seus sonhos foram concretizados. Ele era um Cadete do Ar. Entusiasmadamente vislumbrou o límpido azul sobre si, gritando em seu interior:
“Aguarde-me, breve estaremos juntos”.
Aluno 76/150 Luiz Henrique PADILHA de Brito